Quem somos

Resenha histórica da Faculdade

por: Eng. António Manuel Teixeira1

O ensino universitário em Angola surge em 1962 com a criação dos Estudos Gerais Universitários (EGU) integrados na Universidade Portuguesa, e com vários cursos nas áreas de ciências, medicina e engenharias (Decreto-Lei Nº 44 530, de 21 de Agosto de 1962) e foi seu primeiro Reitor o Prof. Eng.º Agr. André Francisco Navarro - Presidente da Junta Central da Legião Portuguesa, Professor e Director do Instituto Superior de Agronomia (ISA), da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), nomeado a 14 de Novembro de 1962 e tendo tomado posse a 31 de Dezembro de 1962.

É indispensável observar que o surgimento de uma universidade em Angola ocorreu em uma conjuntura de pressões internas e externas. Ao nível interno, a burguesia colonial desejava que os seus filhos continuassem os estudos superiores sem terem de abandonar o território, por um lado, e a eclosão e a evolução da luta armada de libertação nacional, com base no “Manifesto do MPLA” de 1956, por outro lado, impunham uma tomada de medidas que ajudassem a manter o controlo político-administrativo da colónia e contribuíssem para melhorar a situação nos domínios socioeconómico e cultural.

No princípio do mês de Fevereiro de 1963 o Magnífico Reitor dos Estudos Gerais Universitários de Angola (EGUA), em entrevista à imprensa e à rádio, revelou a sua intenção de integrar na estrutura dos Estudos Gerais todos os organismos de investigação científica existentes na província, nos quais se incluía o Instituto de Investigação Agronómica de Angola (IIAA) instalado em Nova Lisboa (Huambo), dizendo que, nesta primeira fase de funcionamento, os Estudos Gerais ficariam instalados em Luanda, promovendo-se, posteriormente, a sua descentralização.

Em Julho de 1963 o Boletim Geral do Ultramar anunciava que os exames de aptidão aos Estudos Gerais teriam lugar na primeira quinzena de Outubro1, pelo que o primeiro ano lectivo da universidade em Angola foi o de 1963-1964.

No entanto, os EGUA não encontraram em Luanda os apoios locais que em Lisboa se imaginava existirem, para além de que a maioria dos Institutos de Investigação localizava-se na cidade de Nova Lisboa, distrito do Huambo, e alguns deles eram mesmo de recente formação como era o caso do Instituto de Investigação Agronómica de Angola (IIAA). Isso evidenciou a impossibilidade de garantir a continuidade de alguns dos cursos naquela cidade capital da província e levado à decisão de se criar 51 bolsas para que os respectivos alunos prosseguissem os seus estudos em Portugal, a partir do ano lectivo de 1966-1967, como foi o caso dos alunos que frequentavam os cursos de Agronomia e de Silvicultura. A estrutura curricular daqueles Cursos obrigava a uma escolaridade com a duração de cinco anos lectivos, seguida do respectivo estágio curricular.

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